Não perca nenhum lance do Mengão!

Receba as últimas notícias, análises táticas e informações exclusivas do Flamengo diretamente em seu e-mail.
Seu acesso VIP será enviado para seu mail!

Convite Liberado

Já estamos na sua caixa de entrada!
quarta-feira, 23 outubro, 2024

Análise: Flamengo de Zé Ricardo apresenta mudanças.

O treinador mostrou um ponto diferente de Muricy. Logo no início do segundo tempo mandou todo mundo aquecer. E não demorou para mexer.
30 de maio de 2016

GLOBO ESPORTE: Quarenta minutos depois do apito final de Ponte Preta 1 x 2 Flamengo, Zé Ricardo chegou para a entrevista coletiva. Ainda desacostumado ao protocolo de coletivas de imprensa após a partida, ele tomou banho e depois de falar por 15 minutos pediu desculpas por desconhecer o hábito e até pelo nervosismo na primeira vez que encarava microfones, lentes e gravadores. Eram 15 profissionais de imprensa, mas ele sabia que falava para milhões no Brasil e mundo afora. Até a última quinta-feira, Zé Ricardo estava preocupado em arrumar o time sub-20 atrás de mais um caneco no torneio nacional da categoria – após vencer a Copa São Paulo de juniores em janeiro. Mas a manhã desse domingo – 29 de maio – vai ficar marcada para sempre na carreira.

– Nunca poderia imaginar que iria fazer o primeiro jogo numa Série A de Brasileirão defendendo o Flamengo, que é um gigante. Estou feliz, muito feliz mesmo. Meu jeito é um pouco mais tranquilo, mas quando tem que gritar a gente grita. Mas até pela situação de trabalho, de início, conhecendo os atletas, acho que postura um pouco diferente disso poderia até tirar um pouco da estabilidade deles e minha preocupação era que eles mantivessem a atenção e a concentração na partida – disse o treinador, parecendo ainda sob efeito da inédita adrenalina, na estreia entre profissionais de uma carreira bem preparada na base.

Ao lado, para superar desafios de uma estreia debaixo de expectativa e sob a tensão de uma crise, trouxe até “reforço”. Léo Inácio, ex-lateral do clube e atual coordenador das divisões inferiores, se juntou à comissão de Muricy Ramalho, com Tata e o preparador físico Carlito Macedo. Na cabeça, Zé trouxe ideias novas para colocar em prática num dos primeiros contatos com grupo desconhecido para ele e que também não o conhecia.

Zé Ricardo não vai contar que esteve à frente da grande atuação logo na primeira vez. Na verdade, muito longe disso. O time mostrou antigas deficiências. No primeiro tempo, sofreu com bolas aéreas, um defeito que, a rigor, Muricy conseguiu diminuir com insistentes treinos de bola parada. Na etapa final, voltou a ter jogador expulso. Na organização da equipe, o time se portava mais no estilo do ex-treinador – com Cirino e Fernandinho como pontas abertos e alternando lados. No meio, Alan Patrick conseguiu criar, apesar do isolamento.

A vitória também foi pessoal. Afinal, a preleção foi montada para levantar o astral do grupo, refrescar a mente dos atletas, que vinham num ciclo vicioso de derrotas, protestos, eliminações, cobranças e queda de confiança. Às 8h40, logo depois do café da manhã, um papo rápido de 15 minutos e algumas imagens que lembravam os bons momentos da equipe na temporada levaram o Flamengo mais leve para campo no Moisés Lucarelli.

– Ele aliou a humildade de quem fazia sua estreia nos profissionais com a firmeza de quem sabe o que quer – resumiu o vice-presidente de futebol Flavio Godinho.

Não foi só a diretoria que gostou da primeira impressão do treinador. Atletas gostaram do tom motivacional da curta palestra, sentiram mais confiança para entrar em campo e também do sentido de organização da equipe, mesmo depois da expulsão de Fernandinho. Zé fechou o meio de campo com Arão pela direita, Cuéllar centralizado e Márcio Araújo na esquerda, sem deixar a Macaca passar da intermediária.

À la Muricy, Zé Ricardo abriu Fernandinho e Cirino. Mesmo isolado, Alan Patrick fez boa partida
(Foto: Raphael Zarko)

O treinador mostrou um ponto diferente de Muricy. Logo no início do segundo tempo mandou todo mundo aquecer. E não demorou para mexer também – algo que era comum na era Muricy Ramalho. As trocas renovaram o fôlego para segurar a Ponte. Claro que uma dose de sorte, como reconheceu o próprio treinador, também é sempre de bom grado. A Ponte foi melhor no primeiro tempo, e o Flamengo conseguiu uma virada improvável.

Na beira do campo, o treinador falou pouco. Pareceu se sentir mais à vontade com velhos conhecidos. Assim, passou mais instruções para Jorge e Felipe Vizeu. Aplaudiu e vibrou bastante nos gols, distribuiu abraços e esfregou o rosto preocupado com a pressão da Macaca na parte final do jogo. Olhou para os céus quando Alex Muralha defendeu a virada de Felipe Azevedo. No fim, ainda teve o nome gritado pela torcida. Religioso, o treinador, que é professor da rede pública municipal do Rio, se benzeu e beijou medalhinha. O ritual é novo no banco de reservas no Flamengo. Um ritual que espera repetir muitas vezes, com serenidade e conhecimento, ao lado da torcida e à frente do Rubro-Negro.

Sem Fernandinho, na direita, Arão fechou lado, formando linha com Cuéllar e Márcio Araújo
(Foto: Raphael Zarko)

Leia também:
Carregar mais
Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Comentário *
Nome *