Jornalista critica acordo do Flamengo com a Havan: “Deveria oferecer o espaço ao SUS”
UOL: Milly Lacombe
É indecente que um dos elencos mais inspirados e inspiradores que o Flamengo já teve entre em campo estampando na manga da camisa marca intimamente associada a um governo que está matando sua população via três estratégias: sufocada, de fome e de bala.
Esse mesmo Flamengo, que já recebeu em sua sede – com mimos e dengos – o presidente associado a esse extermínio, agora anuncia que colocará na camisa – que o torcedor e a torcedora chamam de manto sagrado – o nome de uma empresa que, ao lado de outras, financia o estado de tragédias que estamos vivendo no Brasil.
Poderíamos falar que o dono da empresa já foi condenado por sonegação fiscal, mas esse parece até um crime menor diante de coisas como estar associado a grupos que se ligam a extermínios, execuções, milícias, milicianos e, claro, genocídio.
Ainda que o dinheiro oferecido fosse capaz de elevar o Flamengo ao orçamento do Manchester City, deveria ser recusado. O Flamengo é maior, muito maior, do que a grana que esse empresário está oferecendo ao time, e sujar seu manto com o nome de uma empresa que, todos os dias, beija a mão de uma administração que vai entrar para a história tendo cometido crimes contra a humanidade é uma delinquência.
O time não deveria jamais conectar seu nome a esse tipo de gente, de ideia, de ideologia. E, se estamos falando da maior torcida do Brasil, é então, proporcionalmente, também a maior torcida que está sendo exterminada pela ação criminosa de uma administração trágica e desumana.
Se há “espaços” sobrando nas mangas e nos calções que sejam oferecidos sem custo ao SUS, sistema de saúde que está evitando que o extermínio seja ainda maior e salvando a vida de muitos e de muitas flamenguistas.