A busca pelos culpados no perdido Flamengo.
Foto: Gilvan de Souza / Flamengo |
NA BOLA: Não gosto do clamor por culpados. É saudável esperar uma noite, possivelmente mal dormida, para se analisar os efeitos de uma noite que se é dita catastrófica pelos torcedores. Não foi uma catástrofe. O Flamengo pode ter pego o maior atalho para a Libertadores que os times brasileiros tem: a Sul Americana. Se der sorte, só pegará times sem tradição. No ano passado, o campeão Santa Fe pegou Emelec, Independiente (ARG), Sportivo Luqueño e Huracán para ser campeão.
Mas vamos aos fatos. O time do Flamengo foi eliminado por um time da Série C. Em tempos de paixão, onde o presidente se envolvia no futebol, cairia treinador, jogador, dirigente. Mas o futebol é dito profissional e será feita uma análise. Eu faço a minha: o trabalho de Muricy Ramalho no Flamengo é sofrível. O time não tem objetividade, não se movimenta, não finaliza e ele insiste em uma esquema de jogo que trava a equipe.
Mas o treinador não é o único culpado. A base do time é Paulo Victor, Wallace (afastado), Jorge, Emerson Sheik, Guerrero, Cirino (Everton). Muricy é o quarto treinador que tenta fazer o time jogar com resultados parecidos. Um vexame a mais pra uns e a menos para outros. Vanderlei Luxemburgo, Cristóvão e Oswaldo de Oliveira também fracassaram. Falta brio aos jogadores, falta liga. Se inconformar em perder.
O diretor-executivo Rodrigo Caetano teve um orçamento mais folgado neste ano. E o time em um confronto decisivo contra o Fortaleza não tinha reservas para Wallace e Guerrero. Léo Duarte, quase não atuou no Carioca que não era prioridade, foi jogado aos leões. Felipe Vizeu, uma jovem promessa que após poucas passagens no profissional foi alçado a reserva de Guerrero, nem isso.
O torcedor não pode reclamar de falta de contratações. Alex Muralha, Rodinei, Willian Arão, Cuéllar, Mancuello, Chiquinho, Arthur Henrique e Fernandinho. Quase um time inteiro. Mas a equipe segue sem liga.
Sem casa, o Flamengo vai sofrer, mas não altero minhas apostas e sigo apontando, mais uma vez, o meio da tabela. Pouco para um time que investe muito.
Por RODRIGO STAFFORD