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quarta-feira, 23 outubro, 2024

Análise tática do Flamengo contra o Sport.

William Arão mostra, cada dia mais, que é imprescindível no time de Muricy.
15 de maio de 2016

GLOBO ESPORTE: Colocar Marcelo Cirino no banco, artilheiro do time na temporada, não parecia a melhor opção para Muricy estrear no Brasileiro. Não apenas pela inatividade longa de Emerson Sheik e Everton, os novos titulares, mas porque o camisa 7 mostrava presença de área – fez 10 gols no ano e é o artilheiro na temporada – e formava um trio pela direita que era responsável pelos melhores momentos do time na temporada. O primeiro tempo contra o Sport mostrou que Cirino era parte da engrenagem que já está azeitada por ali. Por sinal, a única que hoje funciona bem no Flamengo. A jogada do gol – após roubada de bola de Juan – veio de novo pela direita e com os dois personagens mais regulares do time: Rodinei cruzou, a zaga cortou. Próximo do lance, Arão fintou, emendou para a área e colocou na medida para Everton fazer o gol.

William Arão mostra, cada dia mais, que é imprescindível no time de Muricy. Faltam jogadas no Flamengo, que depende da tabelinha do volante e de Rodinei, incansável no apoio ao ataque. Arão, por sinal, não é volante. É um meia, que marca bastante, e oferece as melhores alternativas de jogo e é o responsável pela maioria das ligações entre defesa, meio e ataque.

Fla mais fechado, com poucos espaços, começou em cima do Sport – (Foto: Reprodução)

Uma jogada, aliás, é didática para mostrar a desenvoltura do jogador no Flamengo. Aos 10 minutos do primeiro tempo, ele ganha bola alta de cabeça no meio de campo, passando direto para Guerrero, que escora de volta. O camisa 5 conduz a bola, levanta a cabeça e lança, com precisão, Guerrero. O peruano domina, dribla, mas perde a bola.

O desempenho do atacante peruano ainda é um capítulo à parte neste Flamengo em construção por Muricy. No início do ano, o treinador chegou a dizer que Guerrero caiu de nível por causa da falta de condições adequadas para treino e recuperação do jogador. A justificativa não serve mais, diante da aparelhagem moderna instalada e dos investimentos no Ninho do Urubu. Mas Guerrero continua muito abaixo do nível que apresentou no Corinthians – e que levou ao Flamengo a gastar uma nota para contratar o centroavante peruano.

Com apenas uma jogada forte na equipe, problemas na marcação – por isso resolveu fechar mais o meio com posicionamento mais, digamos, conservador de Mancuello e Arão – e a falta de efetividade do principal jogador, Muricy mudou. Tentou, com Everton, equilibrar a marcação e também as ações dos dois lados – o lado esquerdo já funcionou um pouco mais – e agora abre brecha para a entrada de Ederson no ataque. Apenas com o garoto Vizeu como opção na frente, o camisa 10 virou reserva imediato de Guerrero. E funcionou bem, finalizando e tocando bem a bola quando recebia na frente. De volta ao velho estilo – “agora vamos jogar para ganhar” -, Muricy precisa achar alternativas para tornar o Flamengo, se não brilhante, ao menos vencedor. Com dificuldades, o treinador busca alternativas no elenco.

Everton sai da esquerda para o meio e acha Ederson na área, em finalização perigosa do camisa 10. Muricy
avisa que jogador é o substituto de Guerrero, que terá um mês de Copa América (Foto: Raphael Zarko)

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