Cigano, Flamengo chega a 14.764 km rodados em 2016.
GLOBO ESPORTE: Os termos “rodado” e “com bagagem” no futebol são utilizados para indicar experiência. Embora o Flamengo disponha de “trintões” como Juan, Sheik e Guerrero, as expressões podem ser usadas de forma literal em 2016 no caso rubro-negro. O time de Muricy Ramalho, de fato, é viajado na temporada. Sem Maracanã, Engenhão e depois da desistência de encontrar um palco próximo, o time do Flamengo jogou apenas uma vez na cidade do Rio de Janeiro, justamente contra o Vasco – em São Januário.
Nesta quarta-feira, diante do Confiança, em Aracaju, faz sua 14ª partida fora da capital fluminense. Na quinta, quando volta de Sergipe, chega a 14.764 km rodados. Isso tudo em um intervalo de 55 dias (de 21 de janeiro, quando empatou por 3 a 3 com o Ceará, à estreia pela Copa do Brasil). Os quase 15 mil km de andanças pelo país já superam os deslocamentos deum turno inteiro do Brasileiro. Como efeito de comparação, em 2015, o time rubro-negro viajou 11.256km no primeiro turno do Brasileiro passado, divididos em nove partidas fora do Rio.
Ainda na terceira rodada do Carioca, após a goleada por 5 a 0 sobre a Portuguesa, em Volta Redonda, o técnico Muricy Ramalho, à época com apenas cinco jogos nas costas, queixou-se.
– O que arrebenta no Campeonato Brasileiro são as viagens. Cruzeiro, Atlético-MG e Internacional sofreram demais quando ficaram sem casa. Antes do jogo de hoje eu fiz o pedido à diretoria para jogarmos aqui. É um estádio bom, o gramado é excelente e as condições são boas. Além disso, é perto do Rio. Vão buscar Brasília, São Paulo… Para a gente que é profissional, não é bom. Fiz o pedido antes do jogo e agora vou reiterar. Vamos pensar no econômico ou queremos ganhar? – indagou Muricy, que posteriormente também pegou gosto pelo Mané Garrincha, na capital federal.
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Na rota do cigano Flamengo, constam idas a Fortaleza, Recife, Mesquita, Macaé, Volta Redonda, Brasília, Belo Horizonte, Vitória e Aracaju. No próximo dia 23, contra o Atlético-PR, pela semifinal da Primeira Liga, Juiz de Fora surge como novo destino. O atacante Guerrero, em entrevista coletiva concedida na segunda-feira, revelou-se desgastado com a rotina de viagens.
– Estou cansado. Mas tento descansar bem, comer bem para estar bem para o jogo. Estamos fazendo bom relaxamento depois dos jogos para estar bem no próximo. Por isso não vamos ter problema – disse o atacante rubro-negro.
Um dia depois, também no Ninho do Urubu, Marcelo Cirino referendou as palavras do peruano. Por isso, o camisa 7 prioriza uma vitória por dois gols de diferença sobre o Confiança, nesta quarta-feira, para evitar o jogo de volta no duelo entre os clubes pela Copa do Brasil.
– Fisicamente e psicologicamente desgasta. Acho que têm desvantagens, mas também há vantagens com um jogo atrás do outro, pois ajuda no entrosamento. Pensamos, sim, em eliminar o jogo de volta, pois estamos passando por uma enorme carga de viagens – afirmou.
Ser nômade é a realidade rubro-negra em 2016, pois o Maracanã só deve ficar à disposição dos clubes em outubro. Então é preciso resistência física e, em alguns casos, psicológica. O treinador do Flamengo, Muricy Ramalho, lembrou o medo que alguns jogadores – e ele também, inclusive – tem de viajar de avião.
Apenas em voos já são mais de 20 horas cruzando os ares pelo Brasil afora. E é apenas o início do ano. No próximo domingo, dois dias depois de voltar do Nordeste, a viagem será para São Paulo. Contra o Vasco, no dia 30, tome mais avião: o jogo será realizado em Brasília.