Dorival, Vitor Pereira e a casa da sogra que é o futebol brasileiro

Vitor Pereira rindo – Foto: Divulgação

BLOG DO VITOR GUEDES: Viva a memória:

1) Dorival Júnior optou em pagar a multa rescisória e abrir mão do contrato em vigência com o Ceará para assumir o Flamengo. O jeito lamentável que a diretoria presidida por Rodolfo Landim tratou o (fraco) profissional Paulo Sousa não foi, em nenhum momento, algo considerado para Dorival tomar a sua decisão. Muito ao contrário!

2) O Flamengo, que, apresar de ter o melhor elenco do continente, só foi campeão da Copa do Brasil e da Libertadores porque Dorival Júnior corrigiu o erro da diretoria em apostar em Paulo Sousa, optou em não renovar com o treinador após o time sofrer mais do que a direção acreditava ser necessário para bater, respectivamente, Corinthians e Athletico-PR.

Sigamos: Colegas que acompanham os bastidores do Flamengo noticiam que o clube negocia com o treinador português Vitor Pereira, aquele que disse com todas as letras que só não permaneceu no Corinthians por causa da situação de saúde da sua sogra não permitiria que ele continuasse no Brasil…

Ora, VP, quando dirigia o Corinthians, assumiu que só o fazia porque o Liverpool não o convidou, disse com todas as letras que iria correndo… Em relação ao Flamengo, caso o acerto se confirme, só vai deixar claro que apesar de VP ostentar que está cheio de dinheiro no banco, como disse de forma absurda e desrespeitosa, não rasga dinheiro.

Não dá para usar o termo decepção para VP porque, na língua portuguesa, tanto a versão lusitana quanto na brasileira, a gente só se decepciona com quem esperamos alguma coisa… E, sinceramente, não espero absolutamente nada da diretoria rubro-negra que fez o 22 e de VP.

Esportivamente? Ora, o flamenguista tem muito mais motivos para gostar de VP que o corinthiano: afinal, o português (além de não ganhar nenhum título, ostentar 0% em Dérbi e ser o único treinador corinthiano que em dez duelos mata-matas do milênio foi eliminado pelo São Paulo), numa burrice ímpar à Paulo Sousa, abriu o caminho da América para o (ex?) rival ao escalar Cantillo (que não é, nunca foi nem nunca será volante) de 5, barrar Fábio Santos e escalar Píton na ida da Libertadores. E fez ainda pior no segundo tempo, ao colocar Róger Guedes de 9 e deslocar Yuri Alberto para a ponta: viva a memória!

Repito: viva a memória!

Dito isso, VP, enquanto o Liverpool não o convida, tem todo o direito de trabalhar onde quiser, no continente que quiser ou não trabalhar se não quiser, direito idêntico ao de Dorival Júnior… E o Flamengo tem todo o direito de renovar ou não com qualquer técnico e escolher quem bem entender. Agora, o torcedor, VIVA A MEMÓRIA, tem todo o direito do mundo de desprezar quem usa a sogra como desculpa em vez de assumir suas escolhas… Ainda quer faça sentido já que o futebol, especialmente o brasileiro, ô, pá, é a casa da sogra!