Eduardo Bandeira vive seu pior momento no Flamengo.
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EXTRA GLOBO: As pichações no muro da Gávea com pedidos de saída de dirigentes do Flamengo ilustram da crise política que rachou a atual administração e isola, a cada dia, o presidente Eduardo Bandeira de Mello. Ao apoiar o trabalho realizado no futebol, o mandatário vive o momento de maior desgaste desde que assumiu o clube, em 2013, e é questionado no Conselho Diretor, que tem 17 vice-presidentes.
Os nomes de alguns deles apareceram nos protestos da noite da última quinta-feira, enquanto uma reunião acalorada do mesmo Conselho Diretor decidia manter intacta a estrutura do futebol — pelo menos até a próxima derrota. O vice de futebol Flavio Godinho, que passava ileso às vaias da torcida, foi alvo da ira dos pichadores. Sobrou ainda para Rafael Strauch, vice de administração e aliado de Bandeira.
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Não bastasse o fracasso do futebol, ele é questionado pela aquisição, com verba do clube, de um Chevrolet Cruze por R$ 86.900, estacionado desde abril na garagem da Gávea para uso da presidência. O discurso de austeridade não valeu para o carro de luxo. O Flamengo explicou que devolveu o veículo cedido pelo ex-patrocinador e repôs com um mais barato.
Neste clima, a Gávea recebe hoje um protesto de torcedores e sócios. O teor político é usado como defesa pela situação. A divisão na diretoria transborda para as torcidas organizadas, que não devem participar deste ato.
No Ninho do Urubu, Flávio Godinho chegou ontem de helicóptero ao lado do vice de gabinete Plínio Serpa Pinto. Se na reunião de véspera Rodrigo Caetano não foi demitido, no dia seguinte também não lhe deram garantias de permanência. O executivo concentra as críticas da torcida, incluindo as organizadas. Em Volta Redonda, contra o Fortaleza, Fred Luz também foi cobrado. Godinho, curiosamente, não. Seu nome no muro, porém, mostra que não há consenso nem entre os insatisfeitos.