Em jogo eletrizante, Flamengo bate Mogi e vai à final do NBB.
Foto: Alexandre Durão |
GLOBO ESPORTE: A expressão de decepção dos jogadores de Mogi após o toco de Marquinhos em Larry Taylor nos segundos finais do jogo 4, sábado passado, contrastou com o semblante de alívio dos rubro-negros. Naquele momento, não passava pela cabeça de ninguém que os atuais tricampeões nacionais bobeariam novamente dentro de casa. Talvez nem na do técnico do time paulista, Danilo Padovani, que, suspenso, acompanhou o confronto de dentro do ônibus, pela internet. E não bobearam mesmo. Quem pensava que só a camisa quatro vezes campeã da competição bastaria se enganou. Os donos da casa tiveram que se desdobrar para chegar a mais uma decisão. Depois de ir para o vestiário perdendo por 10 pontos, o Flamengo contou com um segundo tempo iluminado de Olivinha para virar, vencer por 79 a 75 (36 a 44) e avançar para enfrentar o Bauru na final do NBB 8.
O JOGO
Um primeiro quarto literalmente igual. Embalado pelo público que mais uma vez lotou o ginásio do Tijuca, o Flamengo começou um pouco melhor. Fez 2 a 0 com Olivinha num contra-ataque puxado por Marquinhos, abriu 13 a 9, a maior diferença do quarto, e comandou as ações até Shamell colocar Mogi à frente pela primeira vez a pouco menos de três minutos do fim. Aliás, quem achava que a bola perdida no jogo quatro que praticamente selou a vitória dos rubro-negros iria abalar o americano, se enganou. O ala do time paulista estava naqueles dias. Com 11 pontos no período, ele travou um duelo particular com Marquinhos, que anotou sete, e foi o responsável por Mogi segurar a pressão dos donos da casa.
Mogi voltou melhor no segundo quarto. Principalmente na defesa. Mesmo com Tyrone no banco, que não viu a bola nos minutos iniciais, o time paulista não deixa os rubro-negros respirarem. Com uma corrida de 14 a 7, os visitantes fizeram 37 a 30 e abriram a maior diferença do jogo. Foi a senha para Neto voltar com Marquinhos e Meyinsse, que permaneceram tempo depois do lado de fora. Bem no primeiro quarto, a dupla voltou pontuando, e a vantagem paulista caiu para três. Mas Mogi deu o troco rapidamente, anotou sete pontos seguidos e abriu 10. Meyinsse ainda achou uma enterrada no estouro do cronômetro para diminuir o prejuízo para oito (44 a 36).
O terceiro quarto foi de enlouquecer. Com quatro pontos seguidos, o Flamengo começou colocando pressão. Mas Lucas Mariano e Tyrone, cada um com uma bola de três, esfriaram a reação rubro-negra e jogaram a diferença lá para cima novamente. Mas o momento dos donos da casa era bom, principalmente o de Olivinha. Com 14 pontos do ala-pivô no período, os tricampeões reagiram, viraram o jogo e abriram quatro de frente. Desta vez Mogi sentiu, e como. Mas o Flamengo não aproveitou os sucessivos erros do time paulista e foi castigado com uma bola mágica do meio da quadra de Larry, que diminuiu a diferença para apenas um pontinho.
Os últimos 10 minutos prometiam. E não deu outra. Num jogo de gato e rato, Flamengo e Mogi se alternavam na liderança e deixavam o fim do jogo totalmente imprevisível. A vitória ficou mais perto do time paulista algumas vezes, outras do lado rubro-negro e a menos de dois minutos do estouro do cronômetro o jogo continuava indefinido. Mas quando Olivinha, com um tapinha, colocou o time carioca três pontos à frente, a quarenta segundos do fim, a vitória pulou no colo do Flamengo. Mas era cedo para comemorar, e Alexandre Rios pediu tempo. Na volta para quadra, Shamell desperdiçou uma bola de três e aí não teve mais jeito. O Tijuca explodiu.