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quarta-feira, 23 outubro, 2024

Everton revela porque decidiu ficar no Flamengo.

Com frustrada proposta da China e sondagens de outras equipes, Everton deu de ombros para tudo e comemorou com coreografia meio esquisita.
16 de maio de 2016
Foto: Divulgação

GLOBO ESPORTE: O Flamengo se reapresenta nesta segunda-feira com ambiente bem mais leve. Não foi uma grande exibição contra o Sport, mas a vitória na estreia do Brasileiro aliviou time, técnico, jogadores e a apaixonada e exigente torcida. O responsável por tirar esse peso das costas do time carregou no corpo preocupação nos últimos tempos. Everton ficou quase dois meses fora de combate até se esticar e fazer o gol no cruzamento de William Arão, logo no início do jogo. A última partida havia sido na eliminação para o Atlético-PR em Juiz de Fora, dia 23 de março.

Com frustrada proposta da China e sondagens de outras equipes do país, Everton deu de ombros para tudo e comemorou com coreografia meio esquisita. O jogador do Flamengo soltou os braços e balançou os ombros, inspirado num funk que o grupo ouve no vestiário. Em entrevista por e-mail, num dia em que curtiu a folga com a família, o jogador revela bastidores da recuperação física, da conversa e dos pedidos de Muricy e projeta o futuro do Fla no Brasileiro.

GloboEsporte.com: Que comemoração foi aquela no gol? Alguma música específica, alguma dedicação especial?

A dança é uma brincadeira do nosso grupo. É um funk que a gente ouve sempre. Quem faz gol tem que fazer a dança do ombrinho (risos). Dedico a todo o elenco que sempre me deu força durante esse período de recuperação.

Você ficou um bom tempo fora do time, quase dois meses. O que teve exatamente?

Acabei machucando de novo a coxa contra o Atlético-PR quando já estava voltando da primeira lesão. Foi um momento complicado que tive que ter muita paciência para recuperar 100%. Foram muitas semanas treinando em dois períodos. Desgastante demais. Mas agradeço muito aos fisioterapeutas e aos médicos do clube que me deixaram totalmente pronto para começar o brasileiro. Agradeço também à minha família que esteve ao meu lado me dando força durante todo esse tempo. Só quem passa por isso sabe o quanto é importante o carinho da família.

As duas novidades de Muricy para esse jogo foram você e Emerson Sheik, que começou o ano como titular. Como foi voltar ao time logo no lugar do artilheiro da temporada, Marcelo Cirino, e fazer o gol da vitória?

Estava muito ansioso pra voltar a jogar. Muricy teve uma conversa comigo e disse como queria que eu jogasse. Procurei fazer o que ele pediu da melhor maneira, mesmo sentindo a falta de ritmo de jogo. Voltar fazendo gol e principalmente ajudando o Flamengo a vencer dá mais confiança para as próximas partidas.

Você crê que tem mais chances de ganhar vaga no ataque pelas características também de fechar o meio de campo? Afinal, muitas vezes você atuou como terceiro homem de meio e até de lateral-esquerdo. Foi isso que Muricy conversou contigo quando decidiu te colocar?

Exatamente. Muricy sempre pede para os pontas fecharem pelo meio e chegarem na área para não deixar Guerreiro sozinho. Eu me sinto à vontade fazendo esse papel.

Seu nome esteve envolvido com sondagens e negociações. Havia informação até de que o treinador do Palmeiras, Cuca, pediu sua contratação. O que chegou para você?

Houve uma proposta concreta do futebol chinês apenas. As outras coisas eu fiquei sabendo mais pela imprensa mesmo, porque a diretoria em nenhum momento conversou comigo, nem com meu empresário sobre isso. Pelo contrário. Sempre disseram que contavam comigo para o Brasileiro. Mas, se um dia eu sair, terá que ser algo bom pro clube e pra mim também, já que tenho um carinho muito especial pelo Flamengo.

O que foi decisivo para permanecer no Flamengo? Houve conversa com Muricy?

Mesmo quando a proposta do futebol chinês chegou, todos sempre falaram que contavam comigo. Isso vale muito. Você ter a confiança das pessoas que te comandam te dá mais tranquilidade e motivação pra trabalhar. Além disso, o carinho pelo clube, e o fato de eu e minha família nos sentirmos em casa no Rio de Janeiro contam também.

Pensou em sair depois do episódio do afastamento e punição no ano passado?

O que aconteceu nunca mudou nada o que penso do clube, da torcida e da minha carreira. Meu pensamento sempre foi fazer o melhor pelo Flamengo e continua assim.

O time estava e ainda está pressionado pelos resultados do início do ano. Qual o peso de vencer a estreia? Muricy disse que o Flamengo vai arriscar menos a partir de agora. O que vai mudar nesse time a partir de agora?

É sempre bom começar ganhando no Campeonato Brasileiro para dar confiança. E mais importante ainda ganhar em casa que é fundamental nessa competição. Agora, todos os times que vêm jogar contra a gente atacam no nosso erro. E nesse jogo foi diferente, tivemos mais tranquilidade para rodar a bola, sem pressa. Até porque o nível do Brasileiro não permite erros.

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