Muricy vem sentindo a pressão do Flamengo.
Foto: Gilvan de Souza/Flamengo |
GILMAR FERREIRA: A internação de Muricy Ramalho, por conta de uma arritimia que o deixará fora de combate até a próxima semana, coloca um novo problema diante da diretoria do Flamengo.
Mais um a ser dimensionado sob a luz da discussão em torno da já surrada falta de estádio para mandar seus jogos no Rio de Janeiro: terá o técnico saúde para suportar o desgastante senta-levanta que o time será obrigado a cumprir até a liberação do Maracanã, no final de setembro?
PRESSÃO.
Pois é mesmo desumano para qualquer profissional de futebol a rotina de treino, viagem e jogo, incluindo a cobrança por resultados positivos, a busca por explicações para as más atuações de jogadores consagrados e o pouco tempo de recuperação entre um empate e uma derrota.
Muricy, de 60 anos, acostumado aos tempos de São Paulo, quando tudo parecia mais fácil, vem sentindo a pressão.
Algo que é também peculiar a quem não está satisfeito com o próprio rendimento.
QUESTIONAMENTOS.
Muricy encarou no Santos, em 2013, e no São Paulo, em 2015, momentos parecidos com o atual.
O time não engrenava da forma esperada e as convicções táticas eram questionadas e tidas como ultrapassadas.
Mas na última vez que assustou familiares e amigos, em 2014, passando alguns dias num CTI hospitalar, o técnico deu sinais de cansaço, fato que acabou o motivando a dar um tempo para renovar a saúde e a repensar a filosofia de jogo.
Daí o estágio em La Masia e a vinda ao Flamengo.
CONFIANÇA.
O auxiliar Tatá deve comandar o time nesta quarta-feira, em Volta Redonda, na partida de volta da segunda fase da Copa do Brasil, contra o Fortaleza, numa prova de confiança no trabalho de Muricy.
Mas Jayme de Almeida, que já conquistou o título em 2013, participará de todo o processo.
O time perde o duelo por 1 a 0 e a ausência do técnico será usada no discurso para inflamar os jogadores.