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quarta-feira, 23 outubro, 2024

O futebol brasileiro é ridículo.

Outro exemplo claro deste quadro é o que acontece no Flamengo, de Muricy Ramalho.
22 de maio de 2016
Foto: Bruno Cantini/Atlético-MG

GOAL: Por Rodrigo Calvozzo

A cada temporada os clubes nacionais seguem firmes no propósito de manter a média de demitir um técnico por rodada. Mal começou o Brasileirão e já estamos assistindo que este processo de fritura em massa segue com a mesma “eficácia”.

Claro que os resultados deste campeonato ainda não foram capazes de derrubar ninguém, mas o efeito da eliminação Libertadores agiu rápido e vitimou o treinador do Atlético-MG, Diego Aguirre.

Como pode uma equipe que até pouco tempo era tida como a melhor do país ser considerada sem comando competente? A verdade é que o uruguaio não caiu por ser superado pelo São Paulo, mas sim quando perdeu o título do campeonato mineiro. Ou seja, o estadual também manteve a sua tradição de servir apenas para derrubar treinador e acabar planejamentos anuais.

Será que se tivesse avançado para a semifinal da Libertadores o Galo teria optado pela troca de comando? Evidentemente que não e muito provavelmente a pressão teria se voltado para Bauza, que hoje poderia estar procurando um novo emprego. Este fato apenas mostra que a crítica não é voltada apenas para a direção mineira, mas sim ao imediatismo que impera no país, quando se trata de falta de filosofia de trabalho.

Qualquer direção tem todo direito de considerar um trabalho inadequado. Porém, o que se pede aqui é que haja uma coerência, que anda passando longe dos clubes. Se a coisa está ruim de nada adianta manter uma comissão técnica apenas por causa de uma competição isolada. Ou será que os dirigentes só enxergam os jogos como torcedores de arquibancada?

Outro exemplo claro deste quadro é o que acontece no Flamengo, de Muricy Ramalho. Segundo uma fonte, o futuro do treinador depende do resultado da partida contra o Grêmio. Ora, quer dizer então que se o Rubro-Negro faturar os três pontos está tudo bem, se perder será a constatação de que tudo está errado? Como será o restante do ano, mesmo que ele permaneça? O treinador terá paz para suportar uma nova sequência de derrotas? Então seria melhor optar logo pela demissão, mesmo que o Fla supere os gaúchos fora de casa. O difícil é explicar para um torcedor que o treinador do seu time venceu e foi para a rua, afinal de contas eles também são fãs, apenas com uma função institucional. Difícil também é explicar que o futuro de um profissional depende de um resultado de uma partida que ele nem mesmo irá trabalhar.

Roger Machado também sofre pressão desde que o tricolor deixou a Libertadores. Quer dizer então que teremos a oportunidade de assistir um jogo que pode ser chamado de “vale-cargo”? Falta planejamento, filosofia de trabalho por aqui, que um dia já foi chamado de país do futebol.

Trazendo parâmetros distantes da nossa realidade podemos analisar o que acontece na Espanha, por exemplo. Sai treinador, entra treinador, vemos o Barcelona atuando mantendo o seu estilo, apesar das mudanças de comando e elenco. Isso se chama filosofia de trabalho. E o que dizer de Simeone a frente do Atlético de Madrid, finalista da Champions League?

Sem a força financeira do rival da capital espanhola, Real Madrid, o Atleti precisa renovar constantemente seu elenco. Como não poderia ser diferente, nesses períodos a equipe passa por momentos de instabilidade. Ainda assim a direção colchonera banca o trabalho de Simeone. Será que se a situação acontecesse por aqui os cartolas teriam postura semelhante? Provavelmente não e isso explica muito a nossa diferença em relação ao que acontece no Velho Continente.

Fica apenas a constatação de que nosso futebol é ridículo por essa razão, o que é motivo para lamentação. Mas nos últimos anos muitas coisas não andam bem no Brasil e esperamos que tenhamos uma nova realidade no futuro, apesar de não ser tão otimista.

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