Sete jogadores que o Flamengo deveria se livrar!
Fotos: Divulgação / C.R. Flamengo |
DOENTES POR FUTEBOL: Muitos são os motivos que fazem o Flamengo perpetuar uma péssima fase no futebol. Alguns fatores extra-campo foram explicitados em “O marasmo do Flamengo é deprimente”. Mas e dentro de campo? Oito treinadores já foram demitidos na gestão Bandeira de Mello, iniciada em 2013. Só em 2015 foram três, o que não evitou uma campanha vexaminosa de 19 derrotas no Brasileirão. Ficou claro que o problema não era só no(s) comandante(s), mas também pela baixa qualidade dos comandados. O atual VP de futebol prometeu “passar o rodo” e fazer uma reformulação no elenco para 2016. Ficou na promessa! E o clube está pagando caro por isso.
Todo treinador tem suas cismas, suas preferências, suas manias. E Muricy não é diferente. Recém chegado ao clube, aparentemente evitou o tal desmanche. Um certo apreço pelo volante que estaria queimado, um gosto pessoal pelo zagueiro que tanto atormenta a vida do torcedor, a tentativa de evoluir aquele jogador que não evolui há anos, “deixa esse aí, pode ser útil”. E assim uma baixa qualidade de jogadores sempre faz parte do time titular, funcionando como um freio de mão puxado em um carro que precisa estar apto a correr entre os vencedores.
Mas a culpa não é só de Muricy Ramalho. Um departamento de futebol necessita saber exatamente a qualidade dos atletas que tem em mãos. Afinal, está há muito mais tempo lidando com os jogadores do que algum recém chegado ao clube e possui ferramentas para o melhor acompanhamento possível. Se você deixar a gestão de elenco na mão do treinador, aquelas ‘cismas, manias e preferências’ darão suas caras de forma mais pronunciada e ainda deixarão uma herança para o sucessor. É o que acontece com o Flamengo atualmente, que deveria se livrar de alguns atletas para que eles não continuem a prejudicar, e até impedir, uma evolução do time, mesmo que o treinador, seja ele quem for, tenha suas estranhas predileções.
Eis sete jogadores que não deveriam mais estar no Flamengo:
WALLACE
Wallace foi útil em 2013 e só. Já vai para o seu terceiro ano de péssimo futebol e tem um status inexplicável de titular intocável no Flamengo. Até pouco tempo ainda era o capitão da equipe. Wallace não é um jogador veloz, não é um jogador técnico, não tem bom posicionamento e não é bom no jogo aéreo. Suas falhas são constantes. Resumindo, Wallace não é um bom zagueiro. Não é jogador para time grande e 99,9% da torcida parece ter enxergado isso antes da diretoria do Flamengo. Com uma suposta liderança de grupo, o zagueiro se mantém no time titular de forma a não permitir um teste que seja com o promissor Léo Duarte ao lado do experiente Juan. Um atraso!
PAULO VICTOR
Já se passou tempo suficiente para saber que Paulo Victor não é goleiro de time de ponta. O arqueiro formado na Gávea tem visíveis deficiências técnicas, principalmente nas bolas levantadas na área. PV não seria titular em nenhum clube grande do Brasil, no máximo disputaria posição com o também fraco Dênis, no São Paulo. É o típico goleiro “chama-gol”. Paulo Victor segue titular intocável mesmo com inúmeras falhas e com a chegada de Alex Muralha. Parece gozar da confiança do treinador. Se o Flamengo pretende disputar títulos e achar algum goleiro digno para envergar o manto, precisa desapegar de PV. Com ele no clube, o comodismo em não mexer na posição de goleiro vai sempre vigorar.
GABRIEL
Gabriel chegou ao clube em 2013 tratado com uma grande promessa. Já se passaram três anos e meio e aqueles que comandam o futebol do Flamengo parecem não querer acreditar que o baiano não vingou. Nada justifica tantas oportunidades ao franzino jogador. Atletas da base, que poderiam ser testados e demonstrar o que podem vir a ser, não possuem espaço, e continuam como incógnitas. O próprio Flamengo não sabe o potencial de suas revelações porque são preteridos por “Gabriéis”. Alguém lesionado, entra o Gabriel de titular. Meia cansou, coloca o Gabriel. O atacante precisa sair, entra Gabriel. Precisa mudar o jogo, chama o Gabriel. Existem duas certezas em jogos do Flamengo, uma é que Gabriel vai entrar em campo, a outra é que ele não vai fazer nada de útil. Ele não vingou, Flamengo. Aceita que dói menos.
EMERSON SHEIK
Na última vez que Emerson Sheik fez uma boa sequência de jogos, o Neymar era jogador do Santos, o Atlético Mineiro nunca havia ganho uma Libertadores e o estádio do Corinthians era o Pacaembu. Ainda assim, o Flamengo resolveu apostar no atacante em pleno 2015.Na campanha do time no Brasileirão, Sheik até conseguiu apresentar um futebol razoável em alguns de seus primeiros jogos e mostrou certa disposição. Porém, na sequência da competição, demonstrou pouca eficiência com a bola no pé, desfalcou o time em momentos importantes, cometia faltas de modo exagerado, falava mais do que jogava. O futebol do atacante decaiu, mas isso não impediu que o clube renovasse com atleta. A consequência: o Flamengo de 2016 ganhou um atacante que tem como principais características gerar contra-ataques para o adversário, perder gols de maneira displicente e não tocar a bola. Mesmo se Muricy estivesse acertando na parte tática, Sheik, enquanto titular, engessaria o time. Se Emerson já costuma trazer complicações fora de campo, sem render dentro de campo não existe explicação para contar com o jogador.
CHIQUINHO
“O cara mal jogou e você vai cornetar?” Não, vou cornetar quem o contratou. Que Jorge precisava de uma sombra era óbvio, mas daí a contratar Chiquinho, que nem lateral de ofício é, que não é um jovem que possa dar retorno, tampouco algum jogador que possa passar experiência em campo e que não vem de bons trabalhos, jamais seria uma boa ideia. Com Jorge apresentando uma queda em seu futebol, o Flamengo precisa de um lateral esquerdo que possa somar verdadeiramente ao time, inclusive pensando na possibilidade de colocar a revelação do Flamengo no banco. Esse jogador não é Chiquinho, e com ele por lá, não trarão outro.
EVERTON
Everton certamente não estaria nessa lista se mantivesse o desempenho de 2014, quando retornou ao clube da Gávea jogando em bom nível. Porém, algo ocorreu. Uma mudança no comportamento do jogador minou por completo o seu futebol. O episódio do ‘Bonde da Stella‘ foi determinante para que a torcida esquecesse qualquer benfeitoria de Everton com a camisa do Flamengo. Não existe mais paciência para o mau desempenho do meia-atacante. Mais uma face que virou a personificação do fracasso do futebol do clube. A proposta da China não chegou e, embora desvalorizado, o versátil atleta ainda pode ser uma boa moeda de troca. Nada indica que Everton conseguirá recuperar seu futebol permanecendo no Flamengo, e os torcedores também não estão com paciência para aguardar. Se livra desse, Flamengo, mas traz alguém em troca.
MÁRCIO ARAÚJO
Nada contra o atleta Márcio Araújo, que é um cara bastante profissional, está sempre à disposição e se doa em campo. O problema é a qualidade técnica do jogador e sua representatividade. O veterano volante é tipo a representação da mediocridade do elenco do Flamengo. Aquele sujeito que não é tão ruim, mas com ele não dá para sonhar com nada muito grande. Márcio ainda tem o dom de ter o apreço de todos os treinadores que chegam para trabalhar com ele.Sabe aquelas cismas, manias e preferências dos treinadores mencionadas anteriormente? Poderiam se chamar marcioaraujices. Ele é sempre uma predileção. Se está no elenco vai jogar. Ter Márcio Araújo no elenco é um pensamento pequeno. Uma falsa segurança de ter um atleta sempre disponível para quebrar o galho, mas que acrescenta pouco e ocupa a vaga de alguma tentativa de encontrar alguém que possa qualificar o elenco. Que tal deixar no banco aquele volante jovem que pode, entrando aos poucos, ganhar experiência de jogo e, no futuro, ser uma bela opção para o time? Não tem como. Márcio Araújo estará ocupando a vaga de volante no banco, ou em campo, sem se cansar e sem se machucar. Quando você se espanta, Márcio Araújo já completou 150 jogos no seu time e nenhum volante de qualidade foi revelado nesse período. Desapega desse também, Flamengo. Mostra que quer evoluir!
Por Fernando Carreteiro