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quarta-feira, 23 outubro, 2024

Com Neto, Flamengo reduz custos e conquista tudo.

Quando eu cheguei ao Flamengo, o investimento diminuiu R$ 150 mil por mês do que tinha. Mesmo assim vencemos.
13 de junho de 2016
Foto: Roberto filho/Agência Eleven/Gazeta Pres

ESPN: A hegemonia do Flamengo no NBB passa diretamente pela cabeça e métodos de José Neto. Desde que chegou ao Rio de Janeiro, em 2012, o treinador transformou o clube em um exemplo de sucesso e conseguiu um feito raro no esporte brasileiro: conquistar quatro títulos nacionais consecutivos – o mais recente veio no último sábado, com a vitória sobre o Bauru, no Parque Olímpico da Barra da Tijuca.

Com o tetra na sequência, o Fla igualou o Monte Líbano como únicos times de uma modalidade coletiva a vencer quatro competições nacionais seguidas. Só que não foi fácil atingir o posto de melhor equipe da atualidade no Brasil. Para conseguir o feito, José Neto teve que implantar um método de trabalho intenso para manter os jogadores motivados após tantas conquistas.

Em entrevista ao ESPN.com.br nesta segunda-feira, José Neto deu uma pequena amostra de como a mente à frente do maior vencedor do NBB funciona. O discurso motivacional é levado tão a sério, que o treinador nem parou para pensar no tamanho da marca que atingiu no esporte nacional. O pensamento já está voltado para como vencer mais uma vez e manter o clube rubro-negro como um exemplo de equipe que deu certo.

“Muita gente fala das conquistas que tivemos, mas só nos damos conta quando as pessoas falam. Nós sempre pensamos no próximo, para frente. Tem coisas que só usamos para tomar uma ducha de ânimo e pensar no futuro. Se ficarmos olhando para o passado, vamos parar no mesmo lugar. Acho que os números são importantes, mas é uma coisa que alimenta outras pessoas, entidades, a querer saber por que o Flamengo dá certo. Isso motiva. É ver o que quem está ganhando tem feito. Isso pode aumentar a qualidade do esporte”, disse.

Além da motivação, o treinador também acredita que a fórmula para vencer está ligada diretamente a como foi transmitida a proposta de trabalho para todas as pessoas envolvidas no projeto. Assim, José Neto chega até a “ignorar” a importância de ter tempo suficiente para desenvolver uma ideia vencedora. Não adianta nada ficar anos à frente de um clube sem saber o que deve ser feito para conquistar títulos.

“Depende do que você faz com o tempo. Se você tem muito tempo, mas não tem claro o que vai fazer, não adianta. Agora, quando você tem isso claro e tem um grupo de trabalho consciente, as coisas andam”, analisa.

Confira na íntegra a entrevista com o técnico José Neto:

Qual a emoção de mais um título e de conseguir o tetra de forma consecutiva?

É um dado importante, bastante significativo. Mostra um trabalho bem feito. Esse dado de resultado do trabalho nos deixa contente. É difícil descrever. Quando falamos de sentimento é difícil descrever. Quando sentimos um objetivo concluído, de termos traçado uma meta e atingir, nos deixa satisfeitos. E nos dá uma motivação maior para seguir.

O que significa comandar um time tão vencedor como o Flamengo?

Cada dia é diferente. Parece que estamos sempre começando. A expectativa é muito grande, ainda mais em um time como o Flamengo. Então, parece que você sempre está chegando. O Flamengo tem a obrigação de chegar. Então, quando isso acontece, me deixa satisfeito. Escutar da torcida que somos o orgulho da nação mexe muito com a gente, porque o sentimento de orgulho merece respeito e nos dá responsabilidade. É uma coisa que faz com que nos motivemos ainda mais para novos objetivos. Dirigir o Flamengo é uma sensação única. São vários sentimentos de unidade, alegria de estar à frente de um grande clube.

Você já pensou no tamanho da história que foi feita no basquete nacional com o tetra do Flamengo?

Muita gente fala das conquistas que tivemos, mas só nos damos conta quando as pessoas falam. Nós sempre pensamos no próximo, para frente. Tem coisas que só usamos para tomar uma ducha de ânimo e pensar no futuro. Se ficarmos olhando para o passado, ficamos no mesmo lugar. Acho que os números são importantes, mas é uma coisa que alimenta outras pessoas, entidades, a querer saber porque o Flamengo dá certo. Isso motiva. É ver o que quem está ganhando está fazendo. Isso pode aumentar a qualidade.

Sempre me perguntam o legado das Olimpíadas. Acho que o legado é a cultura do esporte. Não é nada de ginásio, de material. A cultura é importante. Enquanto tivermos a cultura maior, a qualidade vai aumentar no país.

Como motivar o time a vencer novamente?

Quando atingimos o objetivo e ter a chance de continuar esse trabalho não é fácil. Ela se torna ainda mais difícil. Além de todos os quesitos anteriores, que é jogar contra um adversário, a dificuldade do campeonato, existe ainda a motivação do adversário de bater uma equipe vitoriosa. Hoje, ganhar do Flamengo deixou de ser só uma vitória. Valoriza o trabalho de quem vence o Flamengo. Não é fácil bater um campeão, não é simples.

É complicado manter o foco. Quando isso acontece uma, duas, três vezes, sabemos que ficará ainda mais difícil. Fazemos uma coisa muito simples e os jogadores têm consciência disso, que é jogar cada jogo como uma final. Quando chegamos na final, é colocar os elementos da fase de classificação para aumentar na final. Tratar isso é complicado, mas fazemos no cotidiano. O grupo de trabalho que temos, os jogadores são os mais importantes.Ter esse grupo, a comissão, todos os envolvidos, é fundamental. Eu acredito que uma equipe vencedora precisa de um elenco que sabe exatamente a função de cada um, fica mais fácil. É uma junção daquilo que você consegue colocar na cabeça de quem trabalha com você e a execução disso. Acho que é a fórmula não apenas não apenas do Flamengo, mas de todos os times vencedores.

Qual é a importância do tempo de trabalho para desenvolver um projeto vitorioso?

O tempo depende muito. Depende do que você faz com o tempo. Se você tem muito tempo, mas não tem claro o que vai fazer, não adianta. Agora, quando você tem isso claro e tem um grupo de trabalho consciente, as coisas andam. Depende da forma como você trabalha. Acho que conseguimos ao longo dos anos um grupo que entendesse bem a proposta. Eu falo muito com os jogadores uma regra simples, que você não pode fazer as coisas forçadas. Se você fizer forçado, você não entende a proposta. É uma coisa simples e básica. Se você se sentir incomodado com o que faz, não adianta. Acho que o tempo é importante desde que você tenha clara a proposta e como fazer para executar.

O futebol demite muitos técnicos. O basquete prova que manter um treinador é a base para vencer?

As pessoas tendem a comparar tudo com o futebol, até porque é o esporte número um do país. Acho que as comparações são inevitáveis, mas eu vejo muitas diferenças. Primeiro, mudamos de técnico no futebol porque não é um investimento do clube. O jogador é. Então, quando o clube faz um investimento e tem que mandar o jogador embora, ele perde dinheiro. Quando o técnico sai, o clube não perde dinheiro. É um dos motivos para o número de trocas. No basquete isso não acontece porque todo mundo está no mesmo pacote. Acho que o técnico tem um tempo maior, as coisas tendem a dar certo. Eu tive a felicidade de estar em um clube grande e começar a fazer um trabalho.

Quando eu cheguei ao Flamengo, o investimento diminuiu R$ 150 mil por mês do que tinha. Mesmo assim vencemos. O Flamengo estava sem vencer há um tempo, aumentando gastos e não deu certo. Viemos com uma proposta menor e deu certo. As coisas estão ligadas. O Flamengo, graças a deus, tem jogadores que compraram a proposta e fomos nadando. Os jogadores mudaram desde o primeiro ano e conseguimos ter sucesso.

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