Crise econômica bate em Volta Redonda e reflete no Raulino.
Foto: Twitter/Flamengo |
LANCE: Nem a promoção de um ingresso de graça para cada comprado convenceu a população de Volta Redonda a sair de casa na última quarta-feira, com os termômetros marcando 14º, para ver o Botafogo. O jogo era contra o América-MG. Valia a saída do Glorioso da lanterna do Brasileiro. Os 883 pagantes foram emblemáticos, o menor público do Campeonato Brasileiro deste ano.
Bateu a marca anterior, que também pertenciam ao Botafogo e ao Raulino de Oliveira: 1.203 pagantes diante do Vitória, no último domingo. Os públicos no estádio são decepcionantes. O mesmo vale para partidas de Flamengo e Fluminense. Uma das principais razões é a crise econômica.
E os números não deixam mentir: os efeitos sentidos em todo o país são mais sérios na cidade que fica a cerca de 130 km da capital. A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), um dos históricos polos de riqueza da região, vem demitindo milhares de funcionários desde o ano passado.
Dados de abril deste ano, da Junta Comercial do Rio de Janeiro, apontam um crescimento de 47% no número de empresas fechando em Volta Redonda. A comparação é com o primeiro trimestre de 2015.
– A cidade se montou por causa da CSN e as demissões prejudicam milhares de famílias. Os jogos de meio de semana também dificultam. Mas o campeonato está no início. Acredito que, a partir do meio da competição, vai aumentar – espera o universitário Yuri Werneck.
O desemprego e a consequente revisão de prioridades financeiras não são os únicos fatores para a queda de torcedores. A presença constante de grandes equipes afastou a população de aproximadamente 260 mil do estádio. Botafogo, Flamengo e Fluminense no município não são mais novidades.
– Antes, nunca vinham. Agora, o Flamengo jogou aqui, em 20 dias, três vezes – analisa Telmo Lemos, gerente de um dos restaurantes mais movimentados da cidade do Médio Paraíba.
Enquanto o Glorioso vencia o América, a reportagem do LANCE! rodou a cidade tentando entender se a população trocou a opção de lazer. A resposta mais ouvida foi “não”. Quem não vai assistir ao time de coração, não o faz por falta de vontade. Apesar de alguns bares e casas noturnas também terem fechado, o movimento nem aumentou, nem diminuiu desde 2015.
– Não é horário, é preço. Ingressos estão a R$ 40 ou R$ 50. Fica muito caro – revela um dos responsáveis por uma boate próxima ao Raulino de Oliveira.