Presidente da Confederação Africana faz denúncia contra Lagardère
Foto: Gulshan Khan/AFP |
GLOBO ESPORTE: Eleito no mês passado o novo presidente da Confederação Africana de Futebol (CAF), Ahmad Ahmad assumiu o cargo nesta sexta-feira e anunciou algumas medidas imediatas na entidade. A principal delas é a intenção de rever o contrato assinado pela CAF com a empresa francesa Lagardère Sports. O vínculo é referente à cessão de direitos de transmissão por 12 anos. A Lagardère é a mesma que, também nesta sexta, assinou pré-contrato para assumir o Maracanã.
– O contrato foi assinado pelo presidente anterior da CAF. Agora há alguns procedimentos contra esse contrato. Fomos eleitos agora e eu já designei pessoas para analisar os documentos, pessoas que são especializadas em TV e em marketing, para estudar o caso desse contrato – declarou Ahmad.
O vínculo foi assinado em 2016 pelo antigo presidente da Confederação Africana, o camaronês Issa Hayatou, que estava no cargo desde 1988. Hayatou chegou a assumir a presidência da Fifa após a saída de Joseph Blatter, e já enfrentou acusações de receber propina pela venda de direitos da Copa do Mundo na década de 1990.
– Esse contrato é tema de uma disputa judicial na justiça egípcia no momento. Nós vamos investigar, mas eu estou preocupado com a extensão desse contrato. Eu nunca teria assinado nada por mais de três anos – definiu Ahmad.
O contrato, segundo a agência Reuters, rendeu à Confederação Africana cerca de 1 bilhão de dólares (cerca de R$ 3,15 bilhões na cotação atual) pelos 12 anos de cessão dos direitos de transmissão dos torneios da entidade.
Natural de Madagascar, Ahmad Ahmad tem 57 anos e era presidente da Federação de Futebol de seu país desde 2003. Ele derrotou Hayatou na eleição para o comando da CAF e interrompeu uma sequência de 29 anos com o camaronês na presidência. Em sua primeira entrevista coletiva, o novo mandatário também revelou a intenção de mudar a realização da Copa Africana de Nações de janeiro para o meio do ano e também alterar a frequência do torneio, que atualmente acontece de dois em dois anos.